Antes da ampla divulgação das
possíveis consequências tardias, muitas pessoas foram tratadas com essas
substâncias de preenchimento nos últimos anos, algumas até por profissionais não
médicos, várias por médicos qualificados, que acreditavam estar oferecendo o
melhor ao seu paciente. Como agir nestes casos?
Primeiramente, nada de pânico. Não adianta
correr aos consultórios dos cirurgiões, pois quando a substância está apropriadamente
integrada, as partículas microscópicas não são identificáveis, e a retirada
completa além de ser quase impossível, pode deixar cicatrizes e sequelas. A
maioria das pessoas não vai ter nenhum tipo de complicação ao longo de sua vida.
Mas como, então, prevenir a ocorrência das complicações tardias?
Essa inflamação tardia deve-se à ativação
do que chamamos de biofilme: todo implante no corpo humano tem bactérias
aderidas à sua superfície, que costumam secretar ao seu redor uma película de
isolamento. Dentro desta película, elas vivem em equilíbrio, protegidas das células
do sistema imunológico mas também da ação de antibióticos. Caso haja algum
estímulo inflamatório na região, elas podem se ativar e gerar quadros inflamatórios
crônicos de repetição.
O tratamento é difícil e prolongado,
então o melhor a fazer é prevenir a ativação do biofilme. Assim como quem tem
válvulas cardíacas usa antibióticos profiláticos ao fazer tratamentos
dentários, ou quem tem prótese de silicone faz exames periódicos para avaliar
se há necessidade de troca do implante, também quem tem produtos definitivos
injetados tem que tomar alguns cuidados. Nossas recomendações, de acordo com o
que a Medicina sabe até o momento, são as seguintes:
1. Sempre avise seu médico atual se
você tem algum preenchimento definitivo, mesmo que você não saiba o nome ou que
tenha sido injetado há muitos anos.
2. Se puder, evite outros tratamentos
na mesma região.
3. Se for ser submetida a outros
procedimentos injetáveis, laser, cirurgias ou tratamentos dentários próximos à
região onde foi feito o preenchimento, solicite que seu médico lhe prescreva
antibióticos profiláticos, iniciando ANTES da realização do procedimento.
Quadro 1:
Preenchimentos absorvíveis e inabsorvíveis mais comuns utilizados no Brasil
Quadro 2:
Complicações observadas após preenchimentos inabsorvíveis
Por
Alessandra Grassi Salles
Nosso
site: www.alessandragrassi.com.br
ATENÇÃO: As explicações disponibilizadas têm finalidade exclusivamente
informativa e objetivam oferecer ao público uma visão geral e prática a
respeito do assunto. Conforme a SBCP recomenda, consulte um profissional
especialista para consideração das peculiaridades de cada caso.